Por Carlos Alberto Mattos
A função do crítico é mediar o cinema com o seu público, estimulando no segundo o gosto pelo primeiro. O crítico deve transmitir informações capazes de levar o público a formar sua própria opinião sobre o filme; deve analisar aspectos relevantes da obra, acenando não com uma verdade, mas com uma visão abalizada. É um espectador atento e dedicado, conhecedor das tendências do momento mas sem a elas se submeter.
O crítico ideal, se isso existisse, deveria:
- gostar muito de cinema;
- ser culto e bem informado;
- não ter preconceitos sobre gêneros, estilos etc;
- ter em perspectiva o tipo de público a que se dirige;
- ter um bom texto - claro, correto e criativo;
- estar pronto para trocar a mídia impressa por outras mídias.
Uma crítica bem feita é aquela que articula o filme com um contexto maior - seja ele cinematográfico ou extra-cinematográfico. É uma crítica sucinta sem ser simplista. Que busca uma forma original de abordar o assunto, um ângulo inesperado, um dado menos visível, uma característica que distinga o filme dos demais. É uma crítica escrita sem erros de informação nem de português.
O crítico deve desenvolver técnicas e sensibilidade para fazer de seu trabalho não a expressão de um gosto, mas uma expressão de idéias a respeito do cinema.